De repente
tudo tem passado
tão de repente:
qualquer "ontem"
é um "há muito tempo",
e um “Hoje” quase não dá pra qualquer coisa.
Tudo pende pra que se corra:
Mais "consumir" que "degustar"
e mais "passar por aqui" que "contemplar".
Queria eu ficar somente a sentir a vida e os seus sabores,
mas ela obriga há tanto!
E não creio em relação que se sustenta assim, de “Obrigação”.
Correr pra se encontrar,
ir de pressa pra se achar,
sentir unicamente pra sabê-lo
mais que por simplesmente gostar-se de sentir.
Queria tanta coisa e não queria outras tantas...
E finda que fica nisso e pronto.
Um desfiladeiro de horizonte remotissimo
triste tristissimo...
Tudo por que?
simplificamos complicando tudo
ou simplificando complicamos tudo?
Tão confuso e cansativo,
entretanto ainda sim,
quase sempre e felizmente,
abstraível.