Algo Turvo


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A Solidão do Poeta

E nesta altura,
vou, simples e tão somente,
dizer-me do quão ruim é a solidão do poeta?
Para quê? Se aos amigos, basta-lhes a superfície?!
Ora, porque mesmo esse amar profundo, esta meticulosidade a esmo,
se pra ser feliz basta a estes a superfície?
E não os culpo. Mais os invejo.

Excetuando-se naqueles dias de bipolaridade transbordante
onde ao invés de migalhas de paixão e dum tal amor maior do mundo,
há a inevitável necessidade de doses cavalares de amor profundo.
E ai, o poeta já nem é tão sozinho.
Após isto, micaretas e gargalhadas, oriundas de um misterioso nada,
são o que sacia.