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Carta aos inalcançaveis de si mesmo

Não peço nada, claramante,
aos inalcançáveis de si mesmo.
Justo, peço mais a mim,
o talento de emular proficiente
um coração cada vez mais seco.
Também o que poder vir a ser em se tratando de dureza.
Pra que quando eu os sinta,
que me equipare em me limitar inteiramente a mim mesmo,
com força tal, que ainda não tive,
um tipo que deixa a vida mais feia.
- uma concepção que obviamente
baste a mim e ao meu universo discursivo.

Pelos inalcançaveis de si mesmo
que eu mescle laborioso e em segredo
esse sentimento estranho e poderoso, o de se bastar,
ao sentimento de conceber-lhes com o mais sincero amor.
E por eles repetir como mantra
que não lhes dirija inteira entrega,
mas a parte do que em si é somente o doce.
(O amargo, que doa, que faça doer,
suplantar cego e mecânico com o que vier primeiro.)
E por eles fazer brotar carinho,
forçando o método que for ,
coagido a distância imposta,
- que é sempre-sempre descuidadamente.

Aos inalcançaveis de si mesmo
o encaixe perfeito
que são os incançaveis de si mesmo.
Por que quanto mais se se descobre a si mesmo, mais se se odeia e se foge.
Ou se se peita, se se tens valentia poética.
Por isso exatamente que há quem não queira alcançar a si.
Pois se saber por completo não é pra qualquer um.
Apenas aos os incançaveis de si mesmo.