Pra que ela preencha a mim,
tão digno de vergonha
esse abismo imenso
parecendo sem fundo,
recordista supremo
de vil empenho
na arte de bastar-se,
só sendo deste tamanho
quase não crível,
e comprima incrível
na sua figura delicada,
toda densidade que preciso.
Pois quando peno de repente
por inerente doença,
e vem fria no peito
melancolia incontível
do acaso de cheiro
e sonho sugestivo,
e tão grandes, as coisas fazem
sentindo sem sentido,
e me cambaleiam com força
não sei por que motivos,
injusto ao teu colo,
que é pleno,
se lhe recorro por cura,
na tua voz incrivelmente
me basta só a textura
pra desentalar
por encanto, no peito,
esse receio
sem fundo
doendo.