Algo Turvo


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Efêmera

Eu preciso acreditar
que o valor que tu me dás
não é o mesmo
que tu dás pra algum outro.

Mas porque acreditar?
E porque querer maior?
O valor que tu me dás devia bastar
no instante em que somos nós.

Eu preciso acreditar
mais nos teus gestos ou teu olhar,
e matar minhas exigencias
de que alguma coisas tens de me falar.

Preciso acreditar
que o teu silêncio
é, de profundo,
o que me vai bastar.

(Maldição de sermos nós
esse poço inseguro
de tão imaturos sentimentos
que se voltam pra si mesmos.

Maldição de ser assim eu,
tão em mim.
De ter de ser pra mim,
tão pra mim!)

Mas é preciso mesmo acreditar
que o valor que tu me dás
não é o mesmo que vai dás pra qualquer um?